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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Livros viajantes: Fahrenheit 451

Olá!




Atrasado esse post mas foi impossível ter tempo para escrevê-lo antes.

O livro dessa rodada do nosso grupo de leitura "Livros Viajantes" foi este e admito que tive dificuldade para ler ele. Primeiro, porque eu andava muito cansada e atarefada e isto se somou a segunda razão (e a que importa) que é o ritmo lento que a história se desenvolve no inicio. 

Lógico que eu entendo que ao sermos apresentados a uma realidade diferente da nossa (imagina na dec. 50 quando o livro foi escrito, exige aquele excesso de descrições para que o leitor entenda como é a sociedade e o mundo. Contudo, não sei se era a forma de escrever do autor, mas eu realmente achava tudo muito chato. Mesmo a ideia geral "de que os bombeiros não mais apagavam fogo mas provocavam ele" não conseguiu me captar no inicio da história. 

Mas essa é a essência do livro. A sociedade  é insossa e vazia e alienada, logo o personagem principal é chato e vazio e insosso até que a história se desenvolva. 

É inegável que é um livro muito interessante, principalmente quando consideramos que foi escrito há 50 anos e continua tendo uma crítica aplicável a nós (e a tendência alienante para o futuro) e eu achei agradável a leitura do meio para o final. Contudo, não é um livro que eu classificaria como "bom" mas como "útil". 

É um livro que proporciona reflexão então é fabuloso para adolescentes ler um livro desses e se tornar um adulto que reflete - e justamente não concretiza o futuro nefasto previsto pelo livro xD. Agora, como leitura por prazer, para mim deixou a desejar. Os diálogos são chato (lembre-se, personagens chatos) e a condução da história mesmo não é a das mais emocionantes. 

Enfim, recomendo (à título de reflexão) e não recomendo se a proposta de leitura for divertimento. 

E ai? Essa rodada dos livros viajantes esta quase no fim!! 

Falta apenas mais 1 livro dos meus amigos e o livro que eu escolhi, e esta sendo super bem comentado pelos meus amigos leitores, vir para minha mão, para eu ler e comentar. 

Até a próxima!!





sexta-feira, 8 de abril de 2016

Livros viajantes: Revolução dos Bichos

Olá!


Essa é a 5ª rodada dos livros viajantes \o/




Admito que esse livro me surpreendeu demais. Eu nunca li a sinopse nem nada sobre o objeto do livro. No grupo de pesquisa de Direito dos Animais e Ecologia Profunda, que fiz parte por um tempo, esse livro estava no rol das bibliografias recomendadas. Como haviam outros livros tidos como mais importantes e que eram pauta das discussões acabou que eu nunca li esses e esperava que fosse um livro voltado para defesa dos animais ou algo do tipo xD

Na realidade, o livro não discute direito dos animais. Os animais, como personagens, são utilizados apenas de forma a tornar a história um pouco diferente da realidade que o autor apresenta. O objetivo é proporcionar ao leitor uma interpretação, prima facie, independente da opinião dominante na época que o livro fora publicado e, assim, buscar a reflexão sobre o comunismo e a forma que Stalin governava a URSS sem abordar o assunto diretamente.

Achei muito interessante porque eu não sabia que história eu ia encontrar e ao encontrar diversos pontos que me lembravam a história do Socialismo na Russia comecei a refletir mais profundamente sobre os acontecimentos reais - até porque eu já estava mega indignada com o que estava acontecendo na "Granja dos bichos".

A história termina de uma forma bem interessante ( para época deve ter ficado um pouco enigmática a depender da opinião política do leitor).

Recomendo ao leitor que leia os anexos pois contextualizam os escritos a época histórica que o autor se dedicou a obra. Faz muito sentido a escolha de contar a história de uma forma inusitada, considerando a resistência geral sentida pelo Autor na época quanto a realização de críticas ao governo de Stálin.

Gostei bastante do livro, leitura reflexiva e fácil. Bom para quem gosta de refletir um pouquinho sobre história, humanidade, sistemas e poder.

Ah, o poder. No final das contas não importa a espécie mas QUEM tem o poder de subjugar as demais (acrescentei isso aqui só para os interessados entenderem PORQUE esse livro encontrava-se na bibliografia de um grupo de direito dos animais xD)

Até a próxima rodada!


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Livros viajantes: O Castelo Animado

Olá!


Esta é a quarta rodada dos livros viajantes (na terceira eu estava viajando e não consegui ler ó.ò) e o livro recebido foi " O Castelo Animado" um dos livros favoritos da Bia.

Admito que no início tava achando o livro uma zoeira sem fim. A narração era lenta e nada parecia estar se encaminhando.

A história ficava focada numa lenda popular que falava sobre a sorte de cada pessoa de acordo com a ordem que nasceram. Muito louco!

Mas ai começou a ficar engraçada a narração porque eu sentia vontade de bater na Sophie (protagonista). Bicha velha e medrosa cara! Fala com coisas inanimadas e parece meio maluca. Da vontade de mandar ela arranjar uns amigos xD (ta, é meio triste)

O mais legal era ir lendo os comentários da Lígia, pessoa que leu o livro antes de mim, e fazia umas observações ótimas e que eu concordava várias vezes.

Enfim, a história se desenvolve de formas inesperadas. Vira e mexe me surpreende porque os fatos são não só inesperados mas tirados "do nada".


Apesar dos elogios tenho que dizer que as vezes parece uma mistura de muita sorte porque parece que a autora só saiu adicionando magia a vários personagens estranhos numa trama meio sem pé nem cabeça.

Mais uma vez o fim veio "do nada" e me pareceu último episódio de novela: todos os personagens aparcem juntos num cenário só. Tudo acaba bem e no final tudo estava friamente calculado :p

Apesar dessas questões gostei muito do livro e recomendo para quem gosta de magia!

To querendo as continuações - mesmo sabendo que não são tão boas - pq sou dessas que escolhe a sofrencia só para saber como acabou a história (vide coleções que terminei em 2014.. Uma pior que a outra..)

Até!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Livro viajante: "Vergonha", Salman Rushdie

Olá!

Hoje começando uma nova seção. 

a imagem não é minha. Foi obtida no google xD


       "Livros viajantes" foi uma ideia da Bia lançada no grupo de livros que fazemos parte no Whatsapp. A ideia é que cada um dos participantes escolhesse um livro que quer ler MAS somente irá ler por ultimo pois assim que compramos o livro já tínhamos que encaminhar para uma pessoa determinada. 
         
          A ordem de repasse de livros, para facilitar, foi a alfabética. Eu sempre recebo da Marcia e sempre envio para a Wanessa, e assim vai. 

         O grupo tem 9 pessoas e a primeira rodada iniciou na Bienal. Eu encaminhei o livro "Eu sou o mensageiro" e recebi "Vergonha".


           A regra é: temos que encaminhar o livro para o próximo leitor no dia 1º de cada mês, logo, temos menos de um mês para ler o livro. E a ideia é que façamos comentários no livro (sim gente, eu sei que doí escrever no livro mas daqui a mil anos quando pegar o meu e ver os comments sei que vou adorar). 

Explicada a brincadeira, vamos falar de "Vergonha" do Salman Rushdie. 


Sobre o autor e a escrita

        Salman Rushdie tem origem indiana mas estudou na Inglaterra. Começou a publicar livros em 1975 e recebeu vários prêmios. O estilo de escrita desse autor é bem diferente do que estamos acostumados pq além de ele misturar realidade com fantasia, a forma de narrar é bem... truncada mesmo. E não estou criticando isso (por mais dificil que pareça acreditar). Ele simplesmente lança informações esparsas e vai construindo a ideia e, quando vc se dá conta, esta entendendo o que ele esta falando. 

         No inicio da narrativa fiquei bem confusa para entender o que estava acontecendo mas quando você "pega o ritmo" de escrita a parada flui muito bem. A forma que ele escreve é diferente mas bem interessante e ele ainda critica TUDO sem parecer que esta criticando ;) Palmas ruidosas para ele por isso ^^ 

          Além disso, vira e mexe nesse livro o Autor antecipa algumas informações "do futuro", o que em alguns momentos instigava minha curiosidade mas em outros acabou não gerando nada quando finalmente cheguei naquele "momento" já aguardado. Essa técnica é arriscada e foi possível ver ela dar certo e falhar num mesmo livro (e olha que ele É um escritor muito habilidoso e experiente). 

Sobre os personagens: [CUIDADO! HÁ SPOILER!]

          A história se passa em algum lugar árabe mas o Autor não informa o nome do país nem o nome da maioria das cidades (que acredito que aqui seria a parte “real” da história). Sempre imaginava um lugar quente e úmido povoado por pessoas extremamente religiosas, pobres e sem instrução oprimidas por uma elite conservadora que se utiliza da religião para oprimir ( o Autor inclusive faz uma crítica no livro sobre isso... sensacional).

           São 6  personagens principais: Omar Khayyam, Bílquis, Raza, Isky, Rani e Sufia Zinobia. De acordo com a fase da história o Autor poderia ficar mais focado em um ou dois personagens.

              Não sei dizer qual foi meu personagem favorito pq todos eles tiveram fases. Mas acho que aquele que se manteve por mais tempo “bem cotado” foi o Raza.



******SPOILER ALERT*****



Não sei se foi intencional ou se aconteceu enquanto ele escrevia mas a impressão que dá é que o  Omar Khayyam, que seria o protagonista de acordo com o início da história, esteve apenas ali vivendo da vida das outras pessoas. Simplesmente tudo o que se passava na vida de Bílquis, Raza Hyder, Isky Harappa, Rani Harappa e a peculiar Sufia Zinobia era mais interessante do que o aconteceu na vida adulta de Omar :p



*******FIM DO SPOILER ALERT *******


Sobre a história:

     A história começa meio morta e meio chata. Existem 3 mulheres que sempre viveram enclausuradas e que se veem “livres” dessa vida quando o patriarca da família morre. Aí, elas dão uma festa de arromba que deixa a cidade “chocada”. 9 meses depois nasce uma criança. Que não se sabe quem é a mãe nem quem é o pai.

      O restante do livro se desenvolve conforme o envolvimento dessa criança com sua cidade e depois com o seu país.

        O que achei mais legal na construção da história e inserção desses personagens é que quando eles surgem você não faz IDEIA de pq eles estão aparecendo na história xD Então, se você é um leitor que esta meio impaciente com a forma narrativa – TENHA CALMA e continua a ler a porra do livro ^^ Vale a pena!


        E você já esta aí se perguntando se eu recomendo ou não (a opinião sobre os livros do “Livro Viajante” vai ser mais extensa pq:
1º não tenho coragem de escrever muito no livro (desculpaaa genteee); e
2º pq quero poder discutir minha opinião depois com o pessoal do grupo e mesmo com leitores de fora.

     Como a proposta É FAZER COMENTÁRIOS nós acabamos prestando muito mais atenção a detalhes do que numa leitura comum então eu acabo tendo mais o que falar mesmo.

E eu recomendo. RECOMENDO de verdade! Não porque seja uma leitura mega agradável ou pq seja um livro maravilhoso. Recomendo pq é uma leitura que sai dos nossos padrões de leitura, emite crítica a regimes ditatoriais, envolvimento entre religião e Estado, opressão feminina e mesmo opressão social.

GENTE, quantos livros você leu por aí que mete o dedo na ferida? Que critica assim sem ser grosseiro, só expondo como esse tipo de coisa repercute na prática??

É verdade que adoro ficções fantasiosas e tal mas estou de saco cheio da mesmice. Triângulos amorosos, um menino ou menina especial. PARA! A vida não é só isso!

Esse livro trabalha com fantasia (pouco nesse conto), cria uma história com base na realidade. E acrescentou muita coisa para mim e achei que valeu muito a leitura!

Obrigada a Marcia por escolher esse livro para a nossa brincadeira!

Até o próximo livro viajante!